O Colapso do Sistema Cantareira
- Box Construtora
- 31 de dez. de 2014
- 2 min de leitura

1. Contexto
O sistema integrado de abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo é constituído por 8 grandes complexos responsáveis pela produção de 65 mil litros de água por segundo. São eles: Alto Cotia, Baixo Cotia, Alto Tietê, Cantareira, Guarapiranga, Ribeirão da Estiva, Rio Claro e Rio Grande.


Sistema Cantareira – Fonte: Infoescola
O Sistema Cantareira abastece cerca de 55% da região metropolitana de São Paulo. As seis represas que compõem o complexo em diferentes níveis estão interligadas por túneis para aproveitar os desníveis e a acumulação da água por gravidade.

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2. Causas do Colapso
Os fatores apontados como causadores do colapso do sistema Cantareira são:
– Falta de estudo do regime hidrológico dos rios que abastecem as represas: gestão baseada em fontes inesgotáveis;
– Ausência de investimentos em novas captações;
– Degradação dos mananciais;
– Déficit de chuvas.
A iminência de um racionamento devido à estiagem foi um assunto discutido várias vezes no Instituto de Engenharia, principalmente em 2003, no Seminário “Abastecimento de água da macro-região metropolitana de São Paulo”.
Na ocasião, foi redigido um documento com perspectivas à curto, médio e longo prazo e encaminhado ao governador de São Paulo. (O documento está disponível no site do Instituto de Engenharia)
O grande problema foi a demora na realização dos estudos e execução das medidas.

3. Medidas Emergenciais
Algumas iniciativas de emergência adotadas pelo governo paulista foram:
– contenção de vazamentos em 150km de redes;
– bombeamento do volume morto (quantidade de água cujo nível está abaixo da cota da soleira dos vertedores que permitem o escoamento por gravidade);

O volume morto acumula sujeira, sedimentos e até metais pesados. Segundo a SABESP, o tratamento da água proveniente dessa reserva “não sofrerá alterações, dentro dos rígidos padrões de qualidade.”.
É válido ressaltar que o tratamento tradicional não elimina a contaminação por metais pesados e que possivelmente, nessas circunstâncias, um tratamento terciário da água pode ser necessário.
Caso o tratamento não elimine os metais pesados da água, poderão ocorrer danos à saúde do consumidor, conforme indicado na figura abaixo.

Consequências do uso do volume morto. Fonte: UOL
4. Situação Atual
É possível acompanhar o nível das represas que abastecem a região metropolitana de São Paulo através deste site criado por Matheus Murbach: http://nossaaguasp.com/#/
5. Novas Medidas Estruturais
A inauguração sistema produtor de água São Lourenço está prevista para 2018: ele lançará mais 5 mil litros de água por segundo na rede do sistema. O governador de São Paulo propôs à presidente um pacote com oito obras para aumentar a oferta de água para o abastecimento que custariam cerca de 3,5 bilhões com execução de até 30 meses. Entre elas está a perfuração de poços em área de afloramento do aquífero Guarani e adução para as bacias dos rios Piraciba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
A falta de água e o consequente aumento de preço da mesma é um fato que afeta todos os segmentos da sociedade. A construção civil é um dos setores que mais sente esse efeito, uma vez que possui elevado consumo de água. Atualmente, os técnicos do setor estão tendo que se adaptar e buscar inovação nos métodos e processos para vencer este obstáculo.
(Pesquisa: Tatiane Lima / Edição e Revisão: Cícero Batista Junior e Úrsula Lacerda)
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