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Tratamento de Esgotos Domésticos

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O tratamento dos esgotos, sub-área do Saneamento Básico, que envolve desde a coleta até o lançamento do efluente tratado nos corpos hídricos, envolve a participação direta do Engenheiro Civil. 

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Por essa razão, é importante que o engenheiro tenha conhecimento dos fenômenos que podem ocorrer durante o processo, de modo a realizar o correto dimensionamento e execução dos serviços, além de ser capaz de identificar a origem do surgimento de patologias, caso elas venham a acontecer.

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Os esgotos domésticos apresentam em sua composição 4 contaminantes que contribuem de maneira significativa com o surgimento de problemas de saúde e ambientais.

Leia abaixo: 4 motivos para tratar os esgotos domésticos.

1. Assoreamento de redes e canais

Embora somente 0,1% do volume dos esgotos seja constituído de materiais sólidos, devido às grandes quantidades lançadas nos corpos d’água (em média, 80% de toda água consumida), esses materiais devem ser removidos na estação de tratamento.

Quando não removidos, sedimentam-se junto ao fundo do corpo hídrico / canal, causando assoreamento e a modificação do fluxo de água. O escoamento tende ao regime turbulento, com velocidades maiores, e a capacidade volumétrica do canal diminui, aumentando os riscos de inundações.

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Há também alteração da qualidade da água, principalmente nos casos em que os sólidos se apresentam na forma de areia, argila, silte e sólidos orgânicos, uma vez que esses materiais conferem turbidez e cor à água, tornando o corpo d’água inadequado para diversos usos.

Córrego assoreado

Córrego assoreado devido ao lançamento de esgotos sem tratamento – Fonte: Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição

Para sanar este problema, o engenheiro civil tem como atribuições:

– Projetar e executar as tubulações de coleta de esgoto de modo que o escoamento dentro dos dutos se desenvolva com velocidade superior à velocidade de sedimentação dos sólidos, reduzindo assim, os danos causados aos dutos por obstrução das tubulações ou modificação do tipo de escoamento (de conduto livre para conduto forçado).

Projetar e executar o gradeamento e o desarenador * (elementos do tratamento preliminar), responsáveis por remover areia e sólidos grosseiros que podem reduzir a eficiência da unidade de remoção de matéria orgânica além de comprometer seu funcionamento.

– Definir economicamente os materiais que serão utilizados, levando em consideração o meio agressivo no qual eles estão inseridos.

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Tubulação de esgoto (Fonte: DAA Araraquara), Gradeamento (Fonte: DHRIMA – UFRJ) e desarenador (Fonte: Imunizadora Potiguar)

*No desarenador ocorre remoção das partículas de areia por sedimentação.

2. Desoxigenação das águas

Proteínas, carboidratos, gorduras, óleos entre outros elementos são encontrados em abundância nos esgotos domésticos. Sua remoção é tão importante que a eficiência de uma estação de tratamento de esgotos geralmente é medida em termos de DBO ou DQO.

Isso ocorre porque, na maioria dos casos, um sistema de tratamento que consegue remover de maneira satisfatória a matéria orgânica, apresenta boa eficiência de remoção dos demais contaminantes (com exceção dos coliformes termotolerantes).

A DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e a DQO (Demanda Química de Oxigênio) são medidas da concentração de matéria orgânica no esgoto.  

A DBO é obtida a partir da quantidade de oxigênio necessário à decomposição da parcela biodegradável de matéria orgânica por organismos aeróbios. O ensaio para sua determinação dura 5 dias e é realizado sob temperatura controlada.

A DQO baseia-se na oxidação química de toda matéria orgânica da amostra, incluindo as parcelas biodegradável e refratária (não degradada por bactérias aeróbias). O ensaio para sua determinação dura poucas horas.

Quando lançada em corpos hídricos receptores, a matéria orgânica sofre naturalmente um processo de biodegradação pelas bactérias aeróbias presentes na água. Esses microorganismos utilizam o oxigênio presente no meio para decompor a matéria orgânica. Com o passar do tempo, a demanda por oxigênio por parte das bactérias aumenta e a concentração de oxigênio no meio decresce, comprometendo a vida aquática aeróbia.


Morte de peixes

Acúmulo de peixes na superfície do córrego em busca de oxigênio – Fonte: G1 (Foto: Paulo Souza/EPTV

Para sanar este problema, o engenheiro civil tem como atribuições:

Projetar e executar as unidades de tratamento principal (Reatores UASB, Lagoas de Estabilização, Lodos Ativados, etc) e auxiliares (filtro anaeróbio, filtro aerado submerso, etc), caso a eficiência da estação principal não atenda aos padrões de lançamento estabelecidos pelos órgãos competentes.

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Reator UASB – Fonte: DHRIMA – UFRJ

3. Eutrofização

Os esgotos sanitários são ricos em nutrientes entre os quais se destacam o Nitrogênio e o Fósforo. Quando lançados nos mananciais, provocam o enriquecimento do meio, causando o fenômeno da eutrofização, ou seja, o crescimento desordenado de algas (massa fitoplanctônica) ou macrófitas (massa vegetal).

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Eutrofização em corpo hídrico. Fonte: Arquivo Pessoal

Esses organismos reduzem a entrada de luz na água, impedindo que as plantas presentes no interior do corpo hídrico realizem fotossíntese. Com isso, a quantidade de oxigênio dissolvido na água decresce de maneira significativa.

Adicione a tudo isso o fato de que o processo de fotossíntese realizado pelas algas e macrófitas resulta em elevação do pH e na disponibilidade de Nitrogênio Amoniacal na forma de Amônia livre, que por sua vez é tóxica à vida aquática.

Dependendo da espécie de alga, ainda pode haver a liberação de outras secreções tóxicas. Felizmente, a maior parte dos nutrientes é eliminada junto com o lodo na estação de tratamento.

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Representação esquemática do processo de eutrofização – Fonte: BBC 4.

4. Doenças

Diversos organismos patogênicos, como vírus, bactérias, protozoários e helmintos, podem ser veiculados pelo contato direto com as fezes de indivíduos infectados ou, indiretamente, através da água contaminada.  

Esses organismos patogênicos são responsáveis por doenças como: Febre Tifóide, Disenteria Bacilar, Cólera, Giardíase, Esquistossomose, entre outras. Por essa razão, uma das etapas imprescindíveis ao tratamento de esgotos é a desinfecção das águas residuais tratadas.

Para sanar este problema, o engenheiro civil tem como atribuição: projetar o tanque de desinfecção.

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Tanque de desinfecção – Fonte: Hidrosul

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Bibliografia

Tratamento de esgotos sanitários em empreendimentos habitacionais / Eduardo Pacheco Jordão, Isaac Volschan Junior – Brasília: CAIXA, 2009.

Fontes das Imagens:

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